quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Discurso, gêneros e identidade



Como o discurso encontra-se na exterioridade, no seio da vida social, o analista/estudioso necessita romper as estruturas linguísticas para chegar a ele. É preciso sair do especificamente linguístico, dirigir-se a outros espaços, para procurar descobrir, descortinar, o que está entre a língua e a fala (FERNANDES, 2005).

Para a Análise do Discurso, o discurso é uma prática, uma ação do sujeito sobre o mundo. Por isso, sua aparição deve ser contextualizada como um acontecimento, pois funda uma interpretação e constrói uma vontade de verdade. Quando pronunciamos um discurso agimos sobre o mundo, marcamos uma posição - ora selecionando sentidos, ora excluindo-os no processo interlocutório.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Esquizofrenia e Tratamentos


A esquizofrenia é um transtorno causado por diversos fatores biopsicossociais que interagem, criando situações, as quais podem ser favoráveis ou não ao aparecimento do transtorno. Os fatores biológicos seriam aqueles ligados à genética e/ou aqueles que são devidos a uma lesão ou anormalidade de estruturas cerebrais e deficiência em neurotransmissores. Os fatores psicossociais são aqueles ligados ao indivíduo, do ponto de vista psicológico e de sua interação com o seu ambiente social, tais como: ansiedade muito intensa, estado de estresse elevado, fobia social e situações sociais e emocionais intensas. Enfim, indivíduos com predisposição podem desenvolver a doença quando estimulados por fatores biológicos, ambientais ou emocionais (há, inclusive, estudos recentes que relacionam o uso da maconha com o desencadeamento da doença).

Não existe um curso típico da esquizofrenia devido à grande sintomatologia apresentada, que varia de indivíduo para indivíduo. Somente 5% dos pacientes apresentam um surto na vida, e a maioria experimenta vários surtos, principalmente no início da doença. A variabilidade da evolução encontrada independe dos sintomas apresentados no início da doença.

sábado, 19 de maio de 2012

Análise de Discurso e Esquizofrenia


 Ao estudarmos as linguagens, as manifestações individuais e de grupo, tanto orais quanto escritas, têm-se a necessidade de análises mais profundas, levando-se em consideração os vários tipos de discursos, as suas condições de produção etc., originando assim a Análise do Discurso (AD).

As duas linhas de AD mais famosas são a francesa e a anglo-saxã. O que diferencia a AD de Origem francesa da anglo-saxã, ou comumente chamada de americana, é que esta última considera a intenção dos sujeitos numa interação verbal como um dos pilares que a sustenta, enquanto a AD francesa não considera como determinante essa intenção do sujeito; considera que esses sujeitos são condicionados por uma determinada ideologia que predetermina o que poderão ou não dizer em determinadas conjunturas histórico-sociais.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cientistas identificam genes da esquizofrenia

Cientistas anunciaram na última terça-feira (15/05) ter identificado os genes mais atuantes na esquizofrenia, uma descoberta revolucionária que, afirmam, vai melhorar o diagnóstico e o tratamento desta doença mental debilitante.

Em um estudo que envolveu informação genética de milhares de pacientes com esquizofrenia, bem como de um grupo de controle saudável, os cientistas disseram ter identificado centenas de genes capazes de apontar quem corre mais riscos de desenvolver a doença.

 Quebramos o código genético da esquizofrenia, identificando muitos dos genes envolvidos e como eles funcionam juntos para provocar a doença, declarou à AFP o autor do estudo, Alexander Niculescu, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, em Indianápolis.

 – Entendendo melhor a base genética e biológica da doença, podemos desenvolver testes e tratamentos melhores, acrescentou.

Tais testes poderiam ser usados para determinar se crianças em famílias com caso de esquizofrenia correriam riscos de desenvolver a doença, explicou Niculescu.

 –  Se forem determinados como em risco elevado, então seriam acompanhados mais de perto pelos médicos, aconselhados a evitar estresse, álcool e drogas, tratados com terapia, suplementos nutricionais (como cápsulas de óleo de peixe com Õmega-3) e inclusive com ingestão precoce de medicamentos anti-psicotrópicos para evitar o desenvolvimento completo da doença, acrescentou.

As descobertas foram publicadas no periódico Molecular Psychiatry, da revista científica Nature.


Pacientes com esquizofrenia costumam ouvir vozes que não são reais, tendem à paranoia e a sofrer de discurso e pensamento desordenados. Acredita-se que a doença afete uma em cada 100 pessoas.

Niculescu explicou que após identificar os genes relacionados com a esquizofrenia, a equipe de pesquisas testou suas descobertas em outros pacientes fora do grupo de estudos "para mostrar que os resultados seriam reproduzíveis e têm habilidade previsível".

Estudos genéticos sobre psiquiatria costumam gerar uma excitação inicial, afirmou, "mas depois não são reproduzidos em populações independentes, que são a prova mais importante de que uma descoberta é sólida e real".

A equipe também usou dados cerebrais de camundongos que tomaram medicamentos que imitavam a esquizofrenia.

 – Alguns genes e mecanismos biológicos que identificamos podem ser usados para o desenvolvimento de um novo remédio", disse Niculescu.


Eles também podem ser usados para redirecionar drogas normalmente usadas para tratar outros distúrbios.

Niculescu reforçou que "genes não são destino".

 – O ambiente também desempenha um papel. Os genes que identificamos atuam na conectividade cerebral, portanto podem ocasionar mais criatividade em alguns indivíduos ou doença clínica em outros, dependendo se há um excesso destas mutações genéticas na combinação errada e um ambiente estressante, acrescentou.




sábado, 12 de maio de 2012

Entendendo melhor a esquizofrenia: psiquiatra Rodrigo Bressan

O psiquiatra Rodrigo Bressan possui graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1991). Fez residência em psiquiatria (1996), mestrado (1998) e doutorado na Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Fez um PhD no Institute of Psychiatry, King's College London - University of London (2003). Atualmente é professor adjunto da Escola Paulista de Medicina, UNIFESP, honorary visiting professor no Institute of Psychiatry King's College London, membro do conselho consultivo da Associacao Brasileira de Familiares Amigos e Portadores de Esquizofrenia (ABRE) e editor da Revista Brasileira de Psiquiatria. Coordena o LiNC - Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas e o Programa de Esquizofrenia (Proesq), ambos da UNIFESP. Tem experiência em pesquisa de transtornos neuropsiquiátricos em especial a esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão. É especialista e pioneiro no Brasil em neuroimagem molecular e realiza pesquisas translacionais multimodais envolvendo genética, neuropsicologia, neuroimagem estrutural e modelos animais sobre o neurodesenvolvimento dos transtornos psiquiátricos.


É um dos autores do livro “Entre a razão e a ilusão – desmitificando a loucura”,  um livro educativo sobre esquizofrenia, uma doença que atinge mais de dois milhões de brasileiros, mas ainda pouco conhecida e alvo de grande preconceito. Mais do que apenas descrever os sintomas, o livro traz a vivência do portador da doença e também de seus familiares diante de uma nova situação que enfrentam repentinamente. Com detalhes, Cândido Assis, Cecília e Bressan descrevem o início do processo de distorção da realidade de um jovem, até o seu isolamento do mundo que vivemos. A idéia é ensinar as pessoas a conviver com as dificuldades, buscar tratamento e ajudar a melhorar a evolução da esquizofrenia.

O livro, que tem apresentações do cantor e compositor Tom Zé e do médico Dráuzio Varella, é uma publicação da editora Segmento Farma Editores, com o patrocínio do laboratório anglo-sueco AstraZeneca, e está disponível nas livrarias de todo o Brasil.
                                                  
Os autores pretendem ajudar portadores e seus familiares a lidar com a doença, além de diminuir o estigma.

Segue abaixo um link de uma entrevista concedida por Rodrigo Bressan, ao Jô Soares, em 08/05/2012, na qual ele fala um pouco sobre o livro, sobre a esquizofrenia, seus sintomas, diagnóstico, tratamentos etc.




O psiquiatra também concedeu uma entrevista muito interessante ao médico Dráuzio Varella, no site drauziovarella.com.br, na "Estação Saúde", na qual ele fala um pouco sobre esquizofrenia, cujo link segue abaixo:




Para conhecer um pouco mais sobre a carreira e projetos de pesquisa do psiquiatra, segue o link de seu Currículo Lattes:




domingo, 6 de maio de 2012

Vygotsky: pensamento, linguagem e esquizofrenia


As funções psicológicas superiores (FPS), tais como a atenção, memória, imaginação, pensamento e linguagem são organizadas em sistemas funcionais, cuja finalidade é organizar adequadamente a vida mental de um indivíduo em seu meio.

É sobre essas questões, que Vygotsky disserta em seus trabalhos, que serão expostos nesse post.

Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) fez seus estudos na Universidade de Moscou/Rússia, para tornar-se professor de literatura. O objetivo de suas pesquisas iniciais foi a criação artística e foi só a partir de 1924 que sua carreira mudou drasticamente, passando a dedicar-se à psicologia evolutiva, educação e psicopatologia. A partir daí ele concentrou-se nessas áreas e produziu obras em ritmo intenso até sua morte prematura em 1934, devido à tuberculose.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Psiquiatria e instituições de saúde mental


Psiquiatria e políticas públicas em saúde mental:

Psiquiatria é o ramo da medicina que trata dos transtornos mentais. A prevalência anual dos transtornos mentais na população maior de 18 anos foi estimada em 18,5% no Brasil, em consonância com resultados da literatura internacional.

Quanto ao impacto dos transtornos mentais sobre a saúde da população, o estudo Carga Global de Doença avaliou que o conjunto das afecções mentais e neurológicas responde por 43% de toda a incapacitação gerada pelo conjunto das doenças e agravos à saúde nas Américas. Do ponto de vista da saúde coletiva, a perda de anos de vida saudáveis por morte precoce ou incapacitação provocada pela depressão é maior que aquelas por doenças isquêmicas cardíacas ou cerebrovasculares.
O fato de o diagnóstico em psiquiatria apresentar contrastes em relação ao diagnóstico no ambiente geral da medicina não faz dele algo arbitrário e incomunicável. Pelo contrário, tendo em mente essas singularidades, o clínico pode e deve investigar o patrimônio mental de seu paciente, tendo meios para a realização de bom diagnóstico psiquiátrico. A importância da abordagem psiquiátrica, realizada pelo clínico geral, sustenta-se por relevantes dados epidemiológicos.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sobre o tempo e a eternidade - Rubem Alves

Saúde Mental


"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei.



Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico. Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se.Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Os dois lados do cérebro: qual você usa mais?



O cérebro é divido em 2 hemisférios. Cada um dos hemisférios controla os movimentos da parte oposta do corpo. Os movimentos que fazemos com a mão esquerda, pé esquerdo e olho esquerdo são inteiramente controlados pelo hemisfério direito do cérebro.

Os dois hemisférios podem sincronizar e dar harmonia aos movimentos, mas um hemisfério não interfere na atividade do outro.


Embora os dois hemisférios cerebrais trabalhem de maneira conjunta e complementar, existem diferenças no que se refere ao processamento dos vários tipos de estímulos sensoriais. 

domingo, 29 de abril de 2012

Será que ele era??

Há alguns anos, quando eu ainda morava em São José do Rio Preto-SP, eu conheci um rapaz muito interessante e de comportamento muito curioso. Quando digo interessante, não é no sentido sexual ou de paquera, mas no sentido científico mesmo, de neuropatologias.

Bom, eu sempre fui fascinada pelo cérebro humano e cheguei a prestar vestibular para medicina. Na época desse meu relato, eu estava numa fase obcecada por psiquiatria e DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Ainda não era adepta à internet e tecnologias afins, portanto minhas fontes de pesquisa eram os livros, que encontrava na Biblioteca Municipal.

Como eu ia todos os dias à Biblioteca, para efetuar minhas leituras e pesquisas, passava bastante tempo no local e cheguei a observar a frequência constante desse rapaz, moreno, alto, cabeludo, com uma espécie de rastafári, barba rala e roupas um tanto quanto velhas e sujas. De forma geral, ele tinha um aspecto bem descuidado, mas não sugeria ser alguém que morasse na rua, se drogasse ou algo do tipo.

Linguagem e afasia



A Teoria dos Atos de Fala surgiu no interior da Filosofia da Linguagem, no início dos anos sessenta, tendo sido, posteriormente, apropriada pela Pragmática. Filósofos da Escola Analítica de Oxford, tendo como pioneiro o inglês John Langshaw Austin (1911-1960), seguido por John Searle e outros, entendiam a linguagem como uma forma de ação ("todo dizer é um fazer"). Passaram, então, a refletir sobre os diversos tipos de ações humanas que se realizam através da linguagem: os "atos de fala", (em inglês, "Speech acts").

A Teoria dos Atos de Fala tem por base doze conferências proferidas por Austin na Universidade de Harvard, EUA, em 1955, e publicadas postumamente, em 1962, no livro How to do Things with words. 0 título da obra resume claramente a idéia principal defendida por Austin: dizer é transmitir informações, mas é também (e sobretudo) uma forma de agir sobre o interlocutor e sobre o mundo circundante.

sábado, 28 de abril de 2012

A loucura de palavras sãs - Rasgando as etiquetas

Para compreender o propósito e conteúdo do blog, segue um texto abaixo, resultado de diversas pesquisas bibliográficas, escrito para uma comunicação oral, apresentada por mim e orientada pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro, no VIII Seminário de Linguagens, Instituto de Linguagens/UFMT, em 2010.

ΣΧΙΖΟΦΡΕΝΕΙΑ

O homem primitivo atribuía uma origem sobrenatural à perturbação mental. Evidências na forma de rolos de papiro, monumentos e os antigos livros da Bíblia revelam que também os antigos egípcios, babilônios, árabes e hebreus acreditavam que a perturbação mental era decorrente da possessão por forças sobrenaturais.

De acordo com Terence McKenna, escritor e filósofo norte-americano, diferentemente da nossa sociedade atual, pessoas que apresentavam “tendências esquizofrênicas”, numa comunidade tradicional tribal, afastada dos conceitos da “moral cristã ocidental”, eram imediatamente separadas do bando e colocadas sob o cuidado e tutela de mestres xamãs ou sacerdotes e lhes era dito: “você é especial, suas habilidades são centrais para a saúde da nossa sociedade. Você vai curar, vai profetizar e vai guiar a nossa sociedade em suas decisões mais fundamentais”.

Os conceitos de "normal" e "anormal" - discurso e identidade





Normalidade e anormalidade são questões centrais nos debates sobre inclusão e exclusão à medida que as representações e discursos que circulam com maior predominância no circuito cultural são aqueles que dividem os sujeitos entre normais e anormais, atribuindo um juízo de valor pelo qual os primeiros estão em vantagem sobre os segundos. Ao passo que faz aparecer alguns sujeitos, inventando e nomeando suas existências, a modernidade assume um maior poder e controle sobre as mentes e os corpos “desajustados” através de práticas discursivas e não-discursivas.

A linguagem, produto do ser humano, determina aspectos e características de seu próprio criador. Portanto, se esse criador é alguém que ocupa uma posição de excluído, na sociedade, consequentemente, seu discurso é visto como anormal, sem importância, sem utilidade.

Esquizofrenia: o que é???


Estudos de Eugen Bleuler e Emil Kraepelin
(psiquiatras alemães / final do séc.XIX, início do XX) 

A esquizofrenia é um processo de desagregação mental que pode ser chamado de “demência precoce”, de “discordância intra-psíquica” ou “dissociação autista da personalidade”. Trata-se de uma psicose crônica que altera profundamente a personalidade e que deve ser considerada como uma espécie de um gênero, o das psicoses delirantes crônicas.

            Nela, há uma manifestação de uma tendência profunda a parar de construir seu mundo em comunicação com o outro, para se perder em um pensamento autista, isto é, em um caos imaginário.  O que caracteriza esses distúrbios é sua evolução autista, a forma autista do delírio.

            Esse processo é mais ou menos lento, progressivo e profundo. Caracteriza-se por uma síndrome deficitária (negativa) de dissociação e por uma síndrome secundária (positiva) de produção de idéias, de sentimentos e de atividade delirante.

Possíveis alterações no discurso esquizofrênico


Esquizofasia     


É uma expressão criada por Kraepelin para designar uma profunda alteração da expressão verbal, observada em alguns esquizofrênicos paranóides, em resultado da qual a linguagem se torna confusa e incoerente, sem que existam alterações graves do pensamento. Em sua forma bem acentuada, a linguagem se apresenta como uma salada de palavras, em que o enfermo emprega neologismos e palavras conhecidas com sentido desfigurado, tornando o discurso inteiramente incompreensível.


Neologismo


Neologismos são palavras criadas ou palavras já existentes empregadas com significado desfigurado. Pode ser um sintoma comum na esquizofrenia. 





Áreas de Wernicke e Broca

Córtex Cerebral
Funções:
  • Pensamento
  • Movimento voluntário 
  • Linguagem
  • Julgamento
  • Percepção



















Em 1861, Pierre Paul Broca (1824-1880), neurologista francês, acreditava no princípio da localização, realizando muitas pesquisas com seus pacientes.

No ano de 1863, Broca publica um artigo com pesquisas de oito pacientes, nos quais a linguagem estaria comprometida por lesão no lobo frontal do hemisfério esquerdo. Já em 1864, devido muitos casos parecidos, juntamente com fala não comprometida por lesões no hemisfério direito, fez com que a expressão da linguagem fosse designada ao hemisfério esquerdo.

Neurolinguística



"A Neurolingüística é, sem dúvida, um dos campos mais recentes da Lingüística. Para se ter uma idéia, no Brasil, ela aparece como disciplina de curso de Graduação (Letras e Lingüística) e também como área de pesquisa na Pós-graduação apenas na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - e isso a partir dos anos 1980. Contudo, há gente dedicando-se cada vez mais à investigação na área de Neurolingüística, seja desenvolvendo pesquisas em nível de pós-graduação em outras universidades, seja procurando estimular a produção de conhecimento na área através do aprimoramento de métodos diagnósticos e terapêuticos que procuram compreender melhor o funcionamento   da cognição humana.

     Parece óbvio, levando em conta o hibridismo da palavra, que Neurolingüística diga respeito às relações entre linguagem, cérebro e cognição, e que acione especialmente dois campos do conhecimento humano para explicá-las, as Neurociências e a Lingüística. Isso realmente seria um truísmo se nós não tivéssemos ainda tantos problemas para dar conta dos complexos processos (biológicos, lingüísticos, sócio-culturais, afetivos, etc.) que constituem essas relações, em boa parte ainda não devidamente elucidados.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Foucault - História da Loucura

ΣΧΙΖΟ = cisão
                                                                                        
       ΦΡΕΝΟΣ = mente

 “Em meio ao mundo sereno da enfermidade mental, o homem moderno deixa de se comunicar com o louco; por um lado, encontramos o homem razoável, que encarrega o médico da tarefa de se ocupar da loucura e que não autoriza outra relação senão a que pode ser estabelecida através da universalidade abstrata da enfermidade; por outro, está o homem louco, que se comunica com o razoável apenas por meio de uma razão igualmente abstrata, que é ordem, constrangimento físico e moral, pressão anônima do grupo, exigência de conformidade”.

História da Loucura - Michel Foucault





Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


Segundo a definição dos estóicos o sábio é aquele que vive de acordo com as regras da razão prescrita, e o louco, ao contrário, é o que se deixa arrastar ao sabor de suas paixões.”




“Tudo o que o tolo encerra no coração ele o traz também impresso na cabeça e o manifesta nas palavras. Mas, os sábios, segundo o mesmo Eurípedes, têm duas línguas, uma para dizer o que pensam e a outra para falar conforme as circunstâncias: quando o querem, têm talento para fazer o preto aparecer como branco e o branco como preto, soprando com a mesma boca o calor e o frio e exprimindo com palavras exatamente o contrário do que sentem no peito.”


Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


Ecce Homo - Friedrich Nietzsche


“A loucura é a máscara para um saber desventurado, certo em demasia”.


Ecce Homo - Friedrich Nietzsche





O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia - Deleuze e Guattari


“Quanto ao esquizo, com o seu passo vacilante que migra, erra e estrebucha, embrenha-se cada vez mais na desterritorialização sobre o seu próprio corpo sem órgãos, até ao infinito da decomposição do socius, e talvez o passeio do esquizo seja o seu modo particular de reencontrar a terra.”

O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia - Gilles Deleuze e Félix Guattari




Quem sou eu

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Insanamente louca por tudo que envolve a relação linguagem-cérebro-mente.... Apaixonada esposa de Rafael, estudante do último ano de Medicina e futuro Médico da Família.. Residente em Cuiabá-MT, desde 2007, onde conclui minha graduação em Letras/Inglês, na UFMT, em 2011.. Orgulhosa filha de Marineide Dan Ribeiro, mais conhecida como Márcia ou Grega.. Futura mestranda da UNICAMP/Campinas-SP...

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