segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sobre o tempo e a eternidade - Rubem Alves

Saúde Mental


"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei.



Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico. Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se.Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Os dois lados do cérebro: qual você usa mais?



O cérebro é divido em 2 hemisférios. Cada um dos hemisférios controla os movimentos da parte oposta do corpo. Os movimentos que fazemos com a mão esquerda, pé esquerdo e olho esquerdo são inteiramente controlados pelo hemisfério direito do cérebro.

Os dois hemisférios podem sincronizar e dar harmonia aos movimentos, mas um hemisfério não interfere na atividade do outro.


Embora os dois hemisférios cerebrais trabalhem de maneira conjunta e complementar, existem diferenças no que se refere ao processamento dos vários tipos de estímulos sensoriais. 

domingo, 29 de abril de 2012

Será que ele era??

Há alguns anos, quando eu ainda morava em São José do Rio Preto-SP, eu conheci um rapaz muito interessante e de comportamento muito curioso. Quando digo interessante, não é no sentido sexual ou de paquera, mas no sentido científico mesmo, de neuropatologias.

Bom, eu sempre fui fascinada pelo cérebro humano e cheguei a prestar vestibular para medicina. Na época desse meu relato, eu estava numa fase obcecada por psiquiatria e DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Ainda não era adepta à internet e tecnologias afins, portanto minhas fontes de pesquisa eram os livros, que encontrava na Biblioteca Municipal.

Como eu ia todos os dias à Biblioteca, para efetuar minhas leituras e pesquisas, passava bastante tempo no local e cheguei a observar a frequência constante desse rapaz, moreno, alto, cabeludo, com uma espécie de rastafári, barba rala e roupas um tanto quanto velhas e sujas. De forma geral, ele tinha um aspecto bem descuidado, mas não sugeria ser alguém que morasse na rua, se drogasse ou algo do tipo.

Linguagem e afasia



A Teoria dos Atos de Fala surgiu no interior da Filosofia da Linguagem, no início dos anos sessenta, tendo sido, posteriormente, apropriada pela Pragmática. Filósofos da Escola Analítica de Oxford, tendo como pioneiro o inglês John Langshaw Austin (1911-1960), seguido por John Searle e outros, entendiam a linguagem como uma forma de ação ("todo dizer é um fazer"). Passaram, então, a refletir sobre os diversos tipos de ações humanas que se realizam através da linguagem: os "atos de fala", (em inglês, "Speech acts").

A Teoria dos Atos de Fala tem por base doze conferências proferidas por Austin na Universidade de Harvard, EUA, em 1955, e publicadas postumamente, em 1962, no livro How to do Things with words. 0 título da obra resume claramente a idéia principal defendida por Austin: dizer é transmitir informações, mas é também (e sobretudo) uma forma de agir sobre o interlocutor e sobre o mundo circundante.

sábado, 28 de abril de 2012

A loucura de palavras sãs - Rasgando as etiquetas

Para compreender o propósito e conteúdo do blog, segue um texto abaixo, resultado de diversas pesquisas bibliográficas, escrito para uma comunicação oral, apresentada por mim e orientada pelo Prof. Dr. Silas Borges Monteiro, no VIII Seminário de Linguagens, Instituto de Linguagens/UFMT, em 2010.

ΣΧΙΖΟΦΡΕΝΕΙΑ

O homem primitivo atribuía uma origem sobrenatural à perturbação mental. Evidências na forma de rolos de papiro, monumentos e os antigos livros da Bíblia revelam que também os antigos egípcios, babilônios, árabes e hebreus acreditavam que a perturbação mental era decorrente da possessão por forças sobrenaturais.

De acordo com Terence McKenna, escritor e filósofo norte-americano, diferentemente da nossa sociedade atual, pessoas que apresentavam “tendências esquizofrênicas”, numa comunidade tradicional tribal, afastada dos conceitos da “moral cristã ocidental”, eram imediatamente separadas do bando e colocadas sob o cuidado e tutela de mestres xamãs ou sacerdotes e lhes era dito: “você é especial, suas habilidades são centrais para a saúde da nossa sociedade. Você vai curar, vai profetizar e vai guiar a nossa sociedade em suas decisões mais fundamentais”.

Os conceitos de "normal" e "anormal" - discurso e identidade





Normalidade e anormalidade são questões centrais nos debates sobre inclusão e exclusão à medida que as representações e discursos que circulam com maior predominância no circuito cultural são aqueles que dividem os sujeitos entre normais e anormais, atribuindo um juízo de valor pelo qual os primeiros estão em vantagem sobre os segundos. Ao passo que faz aparecer alguns sujeitos, inventando e nomeando suas existências, a modernidade assume um maior poder e controle sobre as mentes e os corpos “desajustados” através de práticas discursivas e não-discursivas.

A linguagem, produto do ser humano, determina aspectos e características de seu próprio criador. Portanto, se esse criador é alguém que ocupa uma posição de excluído, na sociedade, consequentemente, seu discurso é visto como anormal, sem importância, sem utilidade.

Esquizofrenia: o que é???


Estudos de Eugen Bleuler e Emil Kraepelin
(psiquiatras alemães / final do séc.XIX, início do XX) 

A esquizofrenia é um processo de desagregação mental que pode ser chamado de “demência precoce”, de “discordância intra-psíquica” ou “dissociação autista da personalidade”. Trata-se de uma psicose crônica que altera profundamente a personalidade e que deve ser considerada como uma espécie de um gênero, o das psicoses delirantes crônicas.

            Nela, há uma manifestação de uma tendência profunda a parar de construir seu mundo em comunicação com o outro, para se perder em um pensamento autista, isto é, em um caos imaginário.  O que caracteriza esses distúrbios é sua evolução autista, a forma autista do delírio.

            Esse processo é mais ou menos lento, progressivo e profundo. Caracteriza-se por uma síndrome deficitária (negativa) de dissociação e por uma síndrome secundária (positiva) de produção de idéias, de sentimentos e de atividade delirante.

Possíveis alterações no discurso esquizofrênico


Esquizofasia     


É uma expressão criada por Kraepelin para designar uma profunda alteração da expressão verbal, observada em alguns esquizofrênicos paranóides, em resultado da qual a linguagem se torna confusa e incoerente, sem que existam alterações graves do pensamento. Em sua forma bem acentuada, a linguagem se apresenta como uma salada de palavras, em que o enfermo emprega neologismos e palavras conhecidas com sentido desfigurado, tornando o discurso inteiramente incompreensível.


Neologismo


Neologismos são palavras criadas ou palavras já existentes empregadas com significado desfigurado. Pode ser um sintoma comum na esquizofrenia. 





Áreas de Wernicke e Broca

Córtex Cerebral
Funções:
  • Pensamento
  • Movimento voluntário 
  • Linguagem
  • Julgamento
  • Percepção



















Em 1861, Pierre Paul Broca (1824-1880), neurologista francês, acreditava no princípio da localização, realizando muitas pesquisas com seus pacientes.

No ano de 1863, Broca publica um artigo com pesquisas de oito pacientes, nos quais a linguagem estaria comprometida por lesão no lobo frontal do hemisfério esquerdo. Já em 1864, devido muitos casos parecidos, juntamente com fala não comprometida por lesões no hemisfério direito, fez com que a expressão da linguagem fosse designada ao hemisfério esquerdo.

Neurolinguística



"A Neurolingüística é, sem dúvida, um dos campos mais recentes da Lingüística. Para se ter uma idéia, no Brasil, ela aparece como disciplina de curso de Graduação (Letras e Lingüística) e também como área de pesquisa na Pós-graduação apenas na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - e isso a partir dos anos 1980. Contudo, há gente dedicando-se cada vez mais à investigação na área de Neurolingüística, seja desenvolvendo pesquisas em nível de pós-graduação em outras universidades, seja procurando estimular a produção de conhecimento na área através do aprimoramento de métodos diagnósticos e terapêuticos que procuram compreender melhor o funcionamento   da cognição humana.

     Parece óbvio, levando em conta o hibridismo da palavra, que Neurolingüística diga respeito às relações entre linguagem, cérebro e cognição, e que acione especialmente dois campos do conhecimento humano para explicá-las, as Neurociências e a Lingüística. Isso realmente seria um truísmo se nós não tivéssemos ainda tantos problemas para dar conta dos complexos processos (biológicos, lingüísticos, sócio-culturais, afetivos, etc.) que constituem essas relações, em boa parte ainda não devidamente elucidados.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Foucault - História da Loucura

ΣΧΙΖΟ = cisão
                                                                                        
       ΦΡΕΝΟΣ = mente

 “Em meio ao mundo sereno da enfermidade mental, o homem moderno deixa de se comunicar com o louco; por um lado, encontramos o homem razoável, que encarrega o médico da tarefa de se ocupar da loucura e que não autoriza outra relação senão a que pode ser estabelecida através da universalidade abstrata da enfermidade; por outro, está o homem louco, que se comunica com o razoável apenas por meio de uma razão igualmente abstrata, que é ordem, constrangimento físico e moral, pressão anônima do grupo, exigência de conformidade”.

História da Loucura - Michel Foucault





Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


Segundo a definição dos estóicos o sábio é aquele que vive de acordo com as regras da razão prescrita, e o louco, ao contrário, é o que se deixa arrastar ao sabor de suas paixões.”




“Tudo o que o tolo encerra no coração ele o traz também impresso na cabeça e o manifesta nas palavras. Mas, os sábios, segundo o mesmo Eurípedes, têm duas línguas, uma para dizer o que pensam e a outra para falar conforme as circunstâncias: quando o querem, têm talento para fazer o preto aparecer como branco e o branco como preto, soprando com a mesma boca o calor e o frio e exprimindo com palavras exatamente o contrário do que sentem no peito.”


Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


Ecce Homo - Friedrich Nietzsche


“A loucura é a máscara para um saber desventurado, certo em demasia”.


Ecce Homo - Friedrich Nietzsche





O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia - Deleuze e Guattari


“Quanto ao esquizo, com o seu passo vacilante que migra, erra e estrebucha, embrenha-se cada vez mais na desterritorialização sobre o seu próprio corpo sem órgãos, até ao infinito da decomposição do socius, e talvez o passeio do esquizo seja o seu modo particular de reencontrar a terra.”

O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia - Gilles Deleuze e Félix Guattari




Quem sou eu

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Insanamente louca por tudo que envolve a relação linguagem-cérebro-mente.... Apaixonada esposa de Rafael, estudante do último ano de Medicina e futuro Médico da Família.. Residente em Cuiabá-MT, desde 2007, onde conclui minha graduação em Letras/Inglês, na UFMT, em 2011.. Orgulhosa filha de Marineide Dan Ribeiro, mais conhecida como Márcia ou Grega.. Futura mestranda da UNICAMP/Campinas-SP...

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